O polêmico FaceApp

    Em 2019, O PROCON-SP multou Google e Apple em mais de R$ 7 milhões por viabilizarem o download do FaceApp, com as alegações de que o aplicativo teria diretrizes de uso dúbias e violava as regras do órgão.

    Ainda assim, em 2020 o aplicativo viralizou novamente nas redes sociais, o que trouxe debates sobre a segurança dos dados de usuários desse aplicativo. A política de privacidade do app foi atualizada em 04/06/2020 pela última vez. Vamos analisar alguns pontos dela.

    Entre as informações pessoais coletadas pelo FaceApp, estão:
    -informações sobre redes sociais;
    -dados do dispositivo utilizado;
    -dados de atividade online;
    -fotos fornecidas ao utilizar o app.

    As fotografias disponibilizadas pelo usuário alegadamente são utilizadas com a única finalidade do serviço de edição de fotos.
    Somente os serviços em nuvem Google Cloud Platform e Amazon Web Services recebem as fotos criptografadas para o procedimento da edição, que lá permanecem pelo prazo delimitado.

    Porém, os outros dados coletados além das imagens podem ser mantidos e usados para outras finalidades, sendo as principais:
    -coleta de informações para direcionar os anúncios exibidos no app de acordo com o perfil do usuário.
    -compartilhamento dos dados adquiridos com as demais empresas do grupo.
    -venda dos dados coletados, incluindo informações pessoais do usuário.
    É importante ressaltar que todos esses dados são anonimizados, de forma que não é possível associar um usuário específico ao dado produzido.

    Um dos pontos mais delicados está na licença dada pelo usuário nos termos de uso ser irrevogável. Ou seja, todos os dados fornecidos, exceto as imagens, que são excluídas, permanecem sob domínio do software, mesmo que de forma anonimizada e irrastreável.
    Outra parte polêmica é a vagueza sobre quem são os parceiros do FaceApp com os quais os dados são compartilhados, bem como a incerteza sobre a segurança dos bancos de dados que o app mantém. Ainda assim, fica nítido que o aplicativo não se dispõe a “espionar” o usuário, como muitas fake news afirmavam.